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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Falar “errado” está na moda!


Nas últimas semanas muita gente falou a respeito do novo Livro Didático de Língua Portuguesa. Isso porque o livro traz um tópico interessante e aparentemente muito polêmico: A questão da língua culta, a escrita e a falada pela população em geral. O problema surgiu quando muitas pessoas (jornalistas, críticos e simpatizantes) começaram a questionar o conteúdo do livro. Afinal, a escola não pode e não deve ensinar a falar errado!
Antes de discorrer a respeito, devo dizer que muito do que vou escrever aqui foi baseado nos textos Uma Pequena reflexão sobre a Língua de Beatriz Pires Santana (http://www.facebook.com/notes/beatriz-pires-santana/uma-pequena-reflex%C3%A3o-sobre-a-l%C3%ADngua/209675619072299), Polêmica ou Ignorancia de Marcos Bagno (http://marcosbagno.com.br/site/?page_id=745) e no livro A Língua do Brasil amanhã e os outros Mistérios do Marco Perini. Pois bem! O que é falar errado? A língua falada deve ser diferente ou não da escrita? Oras, você aí que gosta de moda diria que existem diferenças entre a roupa usada nas passarelas e as usadas nas ruas? É claro que sim! São dois mundos relacionados, com certeza, mas radicalmente distintos. Não faria sentido então dizer que uma está certa e a outra (coitada!) errada. Acredito que são contextos diferentes.
Logo, dizer que o Português certo é o escrito e o falado é errado faz pouco sentido. A escrita é muito mais que uma representação gráfica da fala que, por sua vez não está necessariamente ligada à escrita. Uma criança de quatro anos já é em geral fluente em sua língua materna, se comunica perfeitamente bem e nem pensa ainda em escrever!
Além disso, existe certo preconceito ao ir contra as regras gramaticais que, aparentemente estão cristalizadas em um pedestal de ouro e ninguém deve questioná-las! O que em geral não percebemos é que saber “gramática” não é conhecer um idioma. Isso é só estudar gramática. O que quero dizer é que muitas estruturas e palavras que usamos hoje e são consideradas corretas (inclusive nos dicionários) são resultados de alterações causadas ao longo do tempo, pela etimologia popular. As formas “pra mim fazer” ou “as menina vão lá” são aceitáveis do ponto de vista comunicativo. Por que o livro de gramática diz que isso está errado? A gramática é um estudo de hipóteses sobre um idioma e hipóteses podem (e devem) ser contestadas! A língua está em constante movimento e assim como na moda, conceitos de “certo e errado/bonito e feio” mudam com o tempo!
Falar “errado” está na moda! Oba!

Um comentário:

  1. E eu, em sala-de-aula, tentando defender a lingua portuguesa culta...
    Será uma "perca" de tempo?
    Será que cada vez "menas" pessoas irão defendê-la?
    Será que não dá p'rá "mim" fazer outra coisa?
    Essa é - e será oficialmente - a regra!
    Bem-vindos ao calabouço da (falta de) cultura.
    Run to the hills, o apocalipse linguístico chegou!

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