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domingo, 15 de maio de 2011

Coco Chanel & Igor Stravinsky - Trilha Sonora e Figurino


Ano passado Curitiba sediou o Festival Varilux de Cinema Francês. Tive a oportunidade de assistir dois longas. O Dia da Saia La (Journée da la Jupe) de Jean-Paul Lilienfeld me chamou muito atenção. No entanto, Chanel & Stravisnky dirigido por Jan Kounen é uma obra de arte e conta lindamente uma história de tensas relações.


Eu geralmente fico com o pé atrás ao assistir filmes baseados em histórias reais, e esse é ainda uma adaptação de um romance de Chris Greenhalgh. Apesar da minha desconfiança inicial, a trama, a fotografia e a trilha do filme são excelentes. O retrato desses dois personagens marcantes do século XX, o romance tórrido entre Coco Chanel e o compositor russo Igor Stravinsky - então exilado na França por conta da Revolução Russa - e a fama tempestuosa de ambos. Tudo em um filme sem os diálogos didáticos de muitos filmes hollywoodianos.
A cena inicial do filme é a polêmica estréia da famosa sinfonia de Stravinsky “A Sagração da Primavera” (que trata do sacrifício de uma jovem que dança até a morte, diante da sua tribo, para celebrar o advento da Primavera e garantir boas colheitas). A peça musical chocou o público francês ao ser executada em 1913, em Paris, no Théatre des Champs-Élysées. Esse 29 de maio é um grande marco na História da Música Contemporânea. Conhecida como uma das maiores, mais influentes e mais reproduzidas composições da história da música do século XX, é um ícone de toda música erudita por ter sido considerada a obra que marca o início do Modernismo. A temática do balé, o destaque do ritmo leva, nós ocidentais, a pensar nas esculturas africanas, consideradas culturas primitivas, o uso obsessivo da repetição que substitui as técnicas mais elaboradas da variação e do desenvolvimento, a ênfase insistente e "primordial" do som em si. A ausência de foco e o desmoronamento da narrativa, tal como praticada por artistas como James Joyce e Picasso conduzem ao universo mental não-lógico, não-objetivo e essencialmente sem causa, no qual todos nós vivemos agora.
Portanto o filme é um prato cheio para os amantes da arte contemporânea, assim como os amantes da moda que podem ver uma versão mais bem sucedida, madura, e claro, menos pop de Chanel, ainda se recuperando do luto por seu último amante Boy Capel, retratado em Coco antes de Chanel


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