Artigos sobre cultura em geral combinados com dicas de looks para todos os gêneros, faixas etárias e tipos físicos. Curiosidades e informações sobre o mundo da moda e outras culturas. Agregando valor não só ao seu guarda-roupa!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Van Gogh e o Laranja

"Auto-retrato" - Van Gogh (1889)
Dizem que a cor preferida de Van Gogh era o amarelo.  Pegando o gancho no post passado, no qual falei que uma das tendências para o próximo verão era o laranja, resolvi escrever um pouco sobre esse pintor que gostava sim do amarelo, mas que o combinava quase sempre com o laranja, como duas cores complementares. 

Vincent Van Gogh nasceu na Holanda, em 1853, exatamente um ano depois que seu irmão de mesmo nome havia nascido e falecido. Há quem diga que isto o influenciou pro resto da vida. Se hoje seu nome é reconhecido com o de um artista renomado, autor de obras-primas que valem milhões, a história era muito diferente enquanto ainda estava vivo. Sua vida foi repleta de fracassos, um atrás do outro. Nunca conseguiu se sustentar sem a ajuda do irmão mais novo Theo, foi rejeitado por amigos e mulheres, oprimido pela família e por empregadores, só conseguiu vender um quadro em vida e suicidou-se por motivos de loucura aos 37 anos. La tristesse durera toujours, ou a tristeza durará para sempre – foram suas últimas palavras enquanto morria nos braços do irmão Theo. Hoje, mais de um século mais tarde, é reconhecido como um gênio insuperável.
Após frustradas tentativas de, ainda na adolescência, ingressar na faculdade de teologia, o artista decidiu se dedicar à arte, começando seus estudos em Bruxelas e, em seguida, em Haia. Não demorou para que os caminhos o levassem a Paris, onde a efervescência cultural atraía artistas do mundo inteiro, e onde iniciou de vez seu período decadência. Apreciador do absinto – ao qual muitos atribuem os problemas psicológicos posteriores -, praticamente falido e vergonhosamente sustentado pelo irmão mais novo, Van Gogh foi uma espécie de deus disfarçado de mendigo. Com um dos traços mais incríveis da história da arte, depositou nas obras – a maioria delas produzidas de um dia para o outro, durante sua estada em hospitais psiquiátricos – toda a felicidade, realização e intensidade que não encontrou em vida.
Protagonista de escândalos, entre eles o relacionamento amoroso com uma prostituta grávida ou ainda o famoso episódio em que cortou a própria orelha após uma violenta discussão com o também pintor Gauguin, ele pediu para ser internado em 1889, aos 36 anos. Apesar disso, viveu neste último ano o período mais fértil de seu trabalho, aperfeiçoando suas técnicas de pinceladas curtas e espiraladas, porém sem poder evitar o turbilhão que o arrastava em direção à esquizofrenia – ou, como ficaria claro décadas mais tarde, o transtorno bipolar de humor que sofria. Em 27 de julho do ano seguinte, dirigiu-se a um campo próximo e disparou um tiro contra o próprio peito, arrastando-se de volta à pensão onde se instalara e morrendo dois dias depois, amparado pelo irmão e fiel companheiro.
"Terraço do Café" - Van Gogh (1888)

"A igreja de Auvers-sur-Oise" - Van Gogh (1890)


Nenhum comentário:

Postar um comentário