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sábado, 18 de junho de 2011

Priscilla Darolt e Josephine Baker no SPFW Verão 2012


Mais  uma estilista a se inspirar no Art Déco, Priscilla Darolt desfilou sua coleção primavera verão 2012 nesta quinta-feira no SPFW. Não é a primeira vez que a estilista faz uso de formas geométricas, desta vez temperadas pelos anos 20. O que achei interessante no desfile foi o trabalho artesanal em cada peça. É muito fácil, nesses casos, exagerar na dose do artesanal e obter um resultado mais de “feito em casa” e hippie do que elegante. Mas a grife conseguiu criar um visual pra lá de elegante mesmo abusando de transparências, franjas, macramês e rendas, acertando a mão na dosagem de sensualidade sem que precisasse apelar para decotes ou modelagens mais justas, que seriam mais óbvios.



Como já escrevi aqui sobre o Art Déco, vamos falar um pouco sobre outra influência que inspirou Priscilla Darolt: o visual de Josephine Baker e os anos 20.

Hicoulture-se sobre Josephine Baker

Josephine Baker, nome artístico de Freda Josephine McDonald, (1906-1975) foi uma célebre cantora e dançarina norte-americana, naturalizada francesa em 1937, e conhecida pelos apelidos de Vênus Negra, Pérola Negra e ainda a Deusa Crioula.

De origem humilde, trabalhou como lavadeira e arrumadeira durante anos até conseguir uma chance como dançarina. Obteve real visibilidade quando estreou em Paris no Théâtre des Champs-Élysées. Virou celebridade na França, chegando a ser conhecida como “a mulher mais famosa do  mundo”.  Chamou a atenção por sua dança erótica, esbanjando sensualidade. Dançava de uma maneira única: selvagem, trapalhona e sexy. Deixou todos perplexos com seus números inusitados.

Podemos ver claramente a influência do visual dos anos 20 nos looks de Priscilla. É claro que a cantora Josephine Baker foi somente uma fonte de inspiração, afinal uma referência ao pé da letra implicaria o uso mínimo de roupas, o que não faria muito sentido em um desfile de moda. Podemos notar que a estilista se utilizou de algumas referências da década. Uma delas foi o uso de transparências, uma maneira de dosar a inspiração em favor da moda, mais precisamente de uma moda criativa, elegante e contemporânea. Também reinaram na passarela o os vestidos acima do tornozelo, de modelagem tubular. Leves e elegantes, na década de 20 vestiam uma mulher que era valorizada pela falta de curvas. As mulheres desta época estavam finalmente livres do espartilho, encarnando formas opostas às proporcionadas por esta peça. Agora livres para se movimentar, as mulheres mostravam sua sensualidade de outra maneira. Nada de marcar o corpo, a moda agora eram cortes retos, deixando a sensualidade por conta nos tornozelos de fora e das meias cor da pele, que davam a impressão de pele nua.

Voltando à Josephine Baker, na década de 20 a artista apresentou-se com Grande Otelo no Teatro cassino, no Rio de Janeiro, chegando até a cantar em português. Anos mais tarde voltou ao Brasil, fazendo apresentações no Teatro Record, em São Paulo, em Belo Horizonte, em Porto Alegre e no Copacabana Palace.

A cantora consagrada ainda se destacou durante a resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial, fazendo apresentações para os soldados e trabalhando até como espiã para o governo Francês.

Também se destacou na luta contra o racismo e adotou crianças de diversas nacionalidades (colombiana, coreana, japonesa, canadense, finlandês, argelina, venezuelana), aos quais chamava “tribo arco-íris”. 



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